O Movimento dos Cursilhos de Cristandade

O Movimento dos Cursilhos de Cristandade consiste em: Proclamar a melhor notícia da melhor realidade: que Deus em Cristo nos ama; comunicada pelo melhor meio: que é a Amizade; até ao melhor de cada um: que é o seu ser de Pessoa.

 

O que são?

Os Cursilhos de Cristandade são um movimento que, mediante um método próprio, tentam desde a Igreja que as realidades do cristão se façam vida na singularidade, na originalidade e na criatividade da pessoa, para que, descobrindo as suas potencialidades e aceitando as suas limitações, conduza a sua liberdade desde a sua convicção, reforce a sua vontade com decisão propicie a amizade em virtude da sua perseverança no seu viver quotidiano: viver individual comunitário (in Eduardo Bonnín - Um Aprendiz de Cristão p.57).

 

Qual é a sua Essência?

   A Essência primária de Cursilhos e de todos os movimentos. é CRISTO.
   A Essência dos Cursilhos de Cristandade consiste em proclamar a melhor notícia: de que Deus em Cristo nos Ama; comunicada pelo melhor meio: que é a Amizade; até ao melhor de cada um: que é o seu ser de Pessoa
 
(in El Movimiento de Cursillos - Estudio del Carisma - OMCC p.158).

   A Essência dos Cursilhos é Cristo. Um Cristo vivo que ressuscitado é uma 'pessoa' viva, próxima e amiga, e que pela nossa vida em Graça consciente, nos vamos dando conta que Ele nos conhece, nos procura, nos ama e nos oferece o Seu Amor e a Sua proximidade. Um Cristo que nos quer acompanhar no nosso viver, com a luz da Sua Palavra e com o Seu suave impulso da Sua Ternura Humana" (Eduardo Bonnín).

 

Qual é a sua missão?

   Os Cursilhos de Cristandade pretendem proclamar a mensagem da sua Essência. Pretendem levar, de preferência 'aos afastados', embora não de forma exclusiva, a melhor notícia: de que Deus em Cristo os Ama; comunicada pelo melhor meio: que é a Amizade; até ao melhor de cada um: que é o seu ser de Pessoa... mais... que ninguém viva sem saber que Deus em Cristo o ama.
   As suas três fases: Pré-CursilhoCursilho e Pós-Cursilho, foram pensadas, rezadas, estruturadas e  postas em prática por forma a que cada uma das fases possa atingir a sua Finalidade.
   Os Cursilhos de Cristandade permitem a quem os vive: o encontro consigo mesmoo encontro com Cristo e o encontro com os Irmãos.
 

   Os Cursilhos de Cristandade não nasceram para que os cristãos sejam melhores, nem para que os melhores sejam cristãos, mas sim para que os cristãos sejam cristãos (in El Movimiento de Cursillos - Estudio del Carisma - OMCC p.10).

   Os Cursilhos de Cristandade não nasceram para criar compromissos às pessoas, mas sim, compromissos entre pessoas (Eduardo Bonnín).

   Os Cursilhos de Cristandade não pretende fazer 'homens de Igreja', mas sim uma 'Igreja de Homens' (Eduardo Bonnín).

 

Como nasceram?

A história do nascimento dos Cursilhos de Cristandade começa com o fim da Guerra Civil de Espanha, que durou de 1936 a 1939, deixando a economia do país completamente arruinada, e o povo a chorar os seus cerca de um milhão e duzentos mil mortos.
Como lhe competia, logo que a Guerra terminou, a Igreja reiniciou o esforço de pacificação e de recuperação social e, para isso, sabia que mobilizando a juventude o poderia fazer com mais entusiasmo e eficácia.
E, a partir da Juventude da Acção Católica, foi pensada uma Peregrinação Nacional a Santiago de Compostela, idealizando-se uns cursos, com a duração de uma semana completa, como preparação para a fé consciente e entusiasta compatível com o espírito da peregrinação. Começava com um retiro espiritual apoiado nalguns passos dos Exercícios Espirituais de Santo Inácio de Loyola e, depois, para além da meditação matinal diária, o programa repartia-se por cinco lições sobre a Graça desenvolvidas por um sacerdote, por numerosos temas que incluíam o tripé da Piedade, Estudo e Acção, e outros referentes à Acção Católica e à organização da peregrinação. Exceptuando o retiro, o resto do programa envolvia-se naturalmente num ambiente de comunicação sobre os temas ouvidos, intercalados por cânticos colectivos não só piedosos como também folclóricos.
Ao segundo curso convidaram a participar um jovem militar de 29 anos, Eduardo Bonnin, de Palma de Maiorca, educado num ambiente de fé católica, que sobressaía pelo seu bom humor, por andar sempre com um livro debaixo do braço e com grande capacidade de diálogo e cultura elevada. Bonnin logo de apercebeu que se estava perante um método extraordinário de espiritualidade, um elemento óptimo para a conversão da juventude de Maiorca.

 

"Estudo do ambiente" génese do Movimento

O jovem Bonnín vivendo intensamente o curso, foi-se apercebendo de que, aperfeiçoando o programa, poderia ser esta uma resposta inovadora de evangelização. E escreveu o "Estudo do Ambiente", génese do Movimento dos Cursilhos de Cristandade, que expôs em 1943, no Seminário Diocesano de Maiorca, durante a Festa da Imaculada Conceição (padronizada por uma Imagem Peregrina ida do Santuário de Fátima). No tema, Bonnin considerava que, perante uma sociedade que concedia cada vez menos espaço aos critérios evangélicos, os pastores de almas já não podiam continuar a ocupar-se só daqueles que recorriam às estruturas pastorais da Igreja, mas que seria necessário dar início a uma transformação ambiental que atingisse tudo e todos.
Ou seja, que a realidade da vida se move mais pelos ambientes do que pelas estruturas ou classes, e que, para transformar cada ambiente próprio pela Palavra de Deus, era necessário um sério estudo sobre ele, distinguindo os líderes, aqueles cujo carisma espiritual se evidenciava, independentemente da qualidade da sua fé, conquistando, em primeiro lugar, o seu coração, para depois tentar iluminar a sua inteligência e, por último, a sua vontade. E, em perfeita consonância com alguns companheiros mais credenciados, Bonnín adoptou todo o programa do curso, considerando-o já não com o objectivo da peregrinação mas para além dela, nos ambientes da vida social, profissional e política, dirigindo-o a pessoas de diferentes níveis culturais, com fé ou mesmo descrentes. Eduardo alterou o tempo de duração para três dias e introduziu uma Via Sacra da autoria de Pe. Llanos. Quanto aos vários temas da responsabilidade dos leigos, tendo por base o "Estudo do Ambiente", recorreram à experiência de diversos pensadores religiosos, como Romano Guardini, Karl Adam, Karl Rahner, Cardeal Cerejeira, entre outros, constituindo um programa mais conceptual e metodológico, uma pastoral de evangelização contraposta a uma pastoral predominante de conservação.
O jovem sacerdote, Sebastian Gaya, responsável pela Pastoral Universitária de Maiorca, tornou-se um entusiasta férreo do método, logo que Bonnin o expôs na "sua" Escola de Estudos Bíblicos, em 1944.

 

E aconteceu o 1.º Cursilho de Cristandade...

E, de 19 a 22 de Agosto de 1944, foi realizado o primeiro Cursilho de Cristandade, num "chalé" de Calla Figuera de Santanyi, em Maiorca. Constituiu um êxito estrondoso não só pelos frutos de autêntica e bem definida conversão pessoal, como de projeção evangélica nos ambientes de cada um dos participantes.
Logo após a Peregrinação a Santiago de Compostela, no Verão de 1948, e apesar do êxito extraordinário dos Cursilhos de Cristandade já realizados, todo o programa veio a ter o apoio ainda mais decisivo do novo Bispo de Maiorca, D.Juan Hervás, um dos mais jovens do episcopado espanhol, um homem de Igreja, muito activo e dinâmico, profundamente culto e que se apercebeu desde logo que estava perante um Movimento com um programa perfeitamente inovador, uma forma verdadeiramente eficaz de apostolado que, urgente, o país e depois o mundo necessitavam. Consigo, o também jovem sacerdote, D. Juan Capó, acabado de regressar da Universidade Gregoriana de Roma, onde se licenciara em Teologia com as mais altas classificações, homem que reunia esse enorme saber teológico a uma importante cultura geral, e que conseguia expressar-se verbalmente com uma lucidez espantosa, afirmando com clareza as suas convicções, e que viria ser o teólogo fundamental, nesta etapa decisiva dos Cursilhos de Cristandade.
E, se até ali os Cursilhos de Cristandade iam ficando conhecidos pelo local da sua realização, de 7 a 10 de Janeiro de 1949, no Mosteiro de San Honorato, no Monte de Randa, em Maiorca, realizou-se o que ficou inscrito como o Cursilho n.º1 do mundoo primeiro a identificar-se pelo número. Nesse ano de 1949, foram realizados 20 Cursilhos em Maiorca.


Depois, foi uma expansão, primeiro dentro de Espanha e, a partir 1953, pelo mundo inteiro.
Em Portugal, o primeiro Cursilho de Cristandade teve lugar em Fátimacom início no dia 30 de Novembro de 1960. No seu encerramento, o Bispo de Leiria afirmaria: "Obra que nasce em Fátima não morre...".
 

Apóstolo Paulo, patrono dos Cursilhos de Cristandade

No dia 14 de Dezembro de 1963, num breve pontifício, ainda no primeiro ano do seu Pontificado, o Papa Paulo VI, declarou o Apóstolo São Paulo patrono celestial dos Cursilhos de Cristandade, "com todas as honras e privilégios litúrgicos devidos a tal título".
A 8 de Dezembro de 1965 encerrou o Concílio Vaticano II, que veio dar um importantíssimo impulso ao programa do Cursilho, especialmente através da "Lumen Gentium" e da "Gaudium et Spes", que definiram e particularizaram o lugar e a missão do leigo na Igreja. E, a 28 de Maio de 1966 realizou-se a I Ultreia Mundial, em Roma, onde o Papa Paulo VI, numa alocução a todos os títulos inesquecível, consagrou ao mundo o programa dos Cursilhos de Cristandade, considerando-os como "palavra acrisolada na experiência, acreditada em seus frutos, que hoje percorre com carta de cidadania os caminhos do mundo".

(...)

O MCC nos Açores

Os Cursilhos de Cristandade 'chegaram' aos Açores em 1963.

O 1º Cursilho de Homens realizou-se em Angra do Heroísmo (Terceira) de 11 a 14 de Setembro de 1963.

O 1º Cursilho de Senhoras, realizou-se quase um ano depois, de 5 a 8 de Setembro de 1964 e teve lugar em Ponta Delgada (S. Miguel)

 

Nestes inícios do “desenrolar” dos Cursilhos em Portugal, coube à diocese de Lisboa apoiar a diocese de Angra.

Na altura do 1º Cursilho, o de Homens (em Setembro de 1963, em Angra do Heroísmo) era bispo da diocese: D. Manuel Afonso de Carvalho.

A equipa dirigente era quase toda de Lisboa (5 de lá e um de Ponta Delgada)

O 1º Cursilho dos açores teve como Director Espiritual: o Padre Dâmaso Lambers ao qual se juntaram 6 sacerdotes.

O Cursilho teve a participação de 37 novos Cursistas.

 

Quanto ao 1º Cursilho de Senhoras, realizou-se em Ponta Delgada, quase um ano depois (de 5 a 8 de Setembro de 1964).

Ainda era bispo da diocese D. Manuel Afonso de Carvalho.

Foram Directores Espirituais os Padres: José Baptista da Silva, de Lisboa e os Padres: Cunha de Oliveira e o Artur de Paiva, ambos da região.

A equipa leiga era toda constituída por senhoras de Lisboa.

O Cursilho teve a participação de 47 novas Cursistas.


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